CONSCIENTIZAÇÃO
O último domingo de janeiro é definido por lei como o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Saiba mais sobre os sintomas e o tratamento da doença
publicado: 26/01/2019 10h31, última modificação: 26/01/2019 10h31
Os principais sintomas da hanseníase estão ligados à sensibilidade de determinadas áreas do corpo, como dormência, ardor ou queimação - Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília
O último domingo de janeiro é, desde 2009, o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A data tem o objetivo de alertar governo e sociedade sobre a importância do tratamento adequado da doença. "São identificados 30 mil casos de hanseníase ao ano no Brasil, uma incidência ainda elevada. Essa doença não pode cair no esquecimento, precisamos lembrar que o problema existe, e o diagnóstico precoce ajuda a conter a cadeia de transmissão e as sequelas", afirma o médico dermatologista da Gerência de Vigilância de Agravos Transmissíveis da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Alexandre Ricciardi.
Em entrevista ao portal Governo do Brasil, Ricciardi esclarece que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico da hanseníase, menor a chance de o paciente ter problemas paralelos relacionados às lesões e à destruição dos nervos, característicos da doença. "A hanseníase ainda é uma causa de cegueira, infertilidade, incapacidade laboral, entre outros", acrescenta o médico.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, em 2016, 143 países reportaram 214,7 mil casos novos de hanseníase, uma taxa de detecção de 2,9 casos por 100 mil habitantes. No Brasil, no mesmo ano, foram notificados 25,2 mil casos novos, uma taxa de 12,2/100 mil habitantes. Esses parâmetros classificam o País como o segundo com o maior número de casos novos registrados no mundo. Entenda melhor o que é a hanseníase, quais os sintomas e como é feito o tratamento:
O que é a hanseníase e quais são os sintomas?
Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília
Trata-se de uma doença causada por bacilos (um tipo de bactéria) que atacam o sistema nervoso periférico, isto é, os nervos, nos membros, cabeça, mãos, pés e pele. Os principais sintomas estão ligados à falta de sensibilidade de determinadas áreas do corpo, à dormência, ao ardor ou à queimação.
"Muitas vezes, essa área está acompanhada de uma mancha, que geralmente é mais clara que o tom da pele, mas também pode ser avermelhada, e é um sinal bastante importante para o diagnóstico", explica Ricciardi.
O aparecimento de manchas é muito comum, mas não ocorre em todos os casos, alerta o especialista. "Às vezes, só ocorre uma alteração na sensibilidade, como, por exemplo, uma dormência permanente. Esses sintomas devem ser investigados, mesmo que não apareça uma mancha, principalmente em pessoas que têm contato com pacientes que possuem a doença."
A hanseníase é contagiosa? Como é a transmissão?
Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde
Sim, é uma doença que se transmite por via oral, ou seja, pela saliva, tosse, espirro etc. No entanto, apenas pacientes com alta carga bacilar eliminam os micro-organismos causadores no ambiente. Aqueles que já estão em tratamento regular ou que já receberam alta não transmitem.
A hanseníase tem cura?
Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde
Sim, todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura, oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Existem dois tipos de tratamento. O primeiro é voltado para os pacientes paucibacilares, isto é, que têm uma carga de bacilos pequena o suficiente para não transmitir a doença. Para esses, o tratamento é feito com três antibióticos e tem duração de seis meses.
Para os pacientes multibacilares (que têm carga bacilar elevada, podem eliminar os bacilos no ambiente e, assim, transmitir a doença), a duração do tratamento é de 12 meses. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, o paciente precisa ir mensalmente ao centro de saúde, onde recebe uma dose da medicação, chamada dose supervisionada, e leva a cartela com as medicações padronizadas para fazer o tratamento em casa.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e da Fundação Oswaldo Cruz
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