A tentativa de feminicídio contra Geziane Buriola da Silva ocorreu no dia 10 de abril de 2017 em Campo Novo do Parecis (396 km a noroeste de Cuiabá).
A Justiça de Mato Grosso condenou Jair da Costa a 15 anos e 6 meses de prisão em regime fechado por ter arrancando as duas mãos de sua companheira com golpes de facão.
A tentativa de feminicídio contra Geziane Buriola da Silva ocorreu no dia 10 de abril de 2017 em Campo Novo do Parecis (396 km a noroeste de Cuiabá).
O julgamento ocorreu na última sexta-feira (12). O júri reconheceu a autoria do crime e culpou Jair. Ele não tem direito a recorrer em liberdade. Costa está preso desde o dia do crime na cadeia pública da cidade.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso, no dia do crime o casal teria ingerido bebida alcoólica por muitas horas. À noite a mulher foi agredida e não conseguiu escapar do agressor, recebendo golpes no rosto, cabeça, abdome, além de ter as duas mãos e os punhos arrancados.
Com os gritos da vítima, seus vizinhos foram para a sua residência e depararam com a tentativa de homicídio. O réu tentou escapar, mas foi capturado por pessoas que tentaram linchá-lo. Após ser espancado, a Polícia Militar chegou ao local e o prendeu.
Segundo a polícia, na época, o homem confessou o crime e disse que queria matar a companheira alegando que ela o teria traído.
Geziane Buriola ficou 20 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e passou por um longo período de tratamento. A vítima tem diagnóstico de depressão por causa de seu estado físico.
Na época do crime, o marido alegava que estaria sendo traído e por isso teria agredido a mulher, o que foi desmentido pela vítima.
À Folha Geziane diz que ficou decepcionada com a pena de pouco mais de 15 anos do seu ex-companheiro.
“É muito pouco. Eu queria que ele pegasse muito mais, porque nada justifica o que ele fez”, diz. “A promotora me disse que, infelizmente, esse é o Brasil em que vivemos”.
Hoje a vítima mora sozinha com um casal de filhos, de 13 e oito anos. Ela chegou a conseguir próteses. No entanto, reclama por ela não ser flexível. “Ela é de plástico e dura. Não tem muito movimento. Serve mais para me alimentar, segurar copo”, diz.
Segundo ela, mesmo com as dificuldades, consegue fazer os serviços domésticos, como comida, lavar roupa e cuidar da casa. “Gostaria de conseguir uma prótese mais móvel. Só que custa mais de R$ 200 mil e eu não tenho condições”.
Já a mãe de Geziane fala sobre o que considera “frieza” do ex-genro, que, segundo ela, na época do crime teria admitido que a intenção era assassiná-la. Já no julgamento teria dito apenas que a intenção não era ”matá-la“ e que agiu de ”cabeça quente“ e estava arrependido.
”A gente vê frieza nele. Ele não se arrependeu de nada. Acabou com a vida da minha filha“, disse Maria Regina Buriola.
A mãe ainda lamenta que a filha não tenha deixado o agressor em oportunidades anteriores, nas quais havia sido agredida. “Eles estavam juntos há mais ou menos um ano e seis meses, mas ele já havia sido violento várias vezes”. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Jair da Costa.
Fonte: Mais Goiás
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