TURISMO
publicado: 30/09/2019 19h34, última modificação: 30/09/2019 19h34
A questão já está sendo discutida junto ao ministério de Relações ExterioresFotos:Roberto Castro/Mtur
Os ministérios do Turismo e das Relações Exteriores estudam permitir que turistas da China e da Índia entrem no Brasil com vistos eletrônicos. A declaração foi dada na última quinta-feira (26), pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em visita à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília (DF).
Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro falou sobre a isenção de vistos para turistas do Japão, Austrália, EUA e Canadá na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque (EUA). Desde 17 de junho, cidadãos desses países não precisam de visto para entrar no Brasil por um período de 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias. Bolsonaro disse na ONU que ações similares são estudadas para China e Índia.
“Essa questão está sendo discutida junto ao ministério de Relações Exteriores. Na verdade, o presidente diz que ações similares estavam sendo estudadas pelo ministério. E eu acredito que a ação similar mais adequada para China e Índia vai ser o visto eletrônico a princípio, porque existe todo um estudo por parte do ministério em relação à questão migratória, e o visto eletrônico, sem dúvida nenhuma, já vai ser um grande avanço na atração de mais turistas da China e da Índia”, adiantou o ministro.
Segundo o ministro do Turismo, como a isenção de vistos para turistas japoneses, australianos, norte-americanos e canadenses é recente, os dados de aumento de visitas deles ao Brasil ainda estão sendo contabilizados, mas em Foz do Iguaçu (PR), houve um crescimento de 40% dos gastos dos turistas desses quatro países desde que a medida entrou em vigor em junho.
Turismo de Cruzeiros
Marcelo Álvaro Antônio comentou também a iniciativa do ministério de dinamizar o turismo de cruzeiros na costa brasileira. De acordo com o ministro, a meta da pasta é estruturar sete portos no Brasil nos mesmos moldes do que está sendo planejado para o novo porto de Camboriú (SC), com uma rede de shoppings e hotéis para receber os turistas estrangeiros.
No último dia 25, o Ministério da Infraestrutura autorizou a instalação de um porto de navios transatlânticos em Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina. O empreendimento vai ser privado e o período de concessão será de 25 anos.
O porto de Balneário Camboriú é o primeiro passo de um projeto que pretende construir 15 instalações voltadas para o turismo marítimo em todo o Brasil. A expectativa é de atrair mais empresas do setor de cruzeiros, mais navios para a costa brasileira, e aumentar significativamente o número de turistas e o impacto econômico do setor.
O ministro do Turismo antecipou que a meta é ampliar os navios e turistas em cruzeiros pelo Brasil. “Hoje nós temos apenas sete navios que fazem cruzeiros na rota brasileira. É muito pouco. Já tivemos 22 e temos potencial e capacidade para ter 100 navios onde cada navio traz em média de 4 mil pessoas. Nós estamos falando aqui de 800 mil pessoas fazendo turismo na costa brasileira”.
Marcelo Álvaro Antônio, esclareceu ainda que cada turista gasta em média diariamente US$ 100. Estamos falando de US$ 80 milhões em cada cidade para um navio parar na costa brasileira. Então, essa ação da estruturação dos portos no Brasil, ela é fundamental”.
Segundo dados da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), o país recebeu sete navios e teve 462,3 mil cruzeiristas na temporada 2018/2019, o que gerou uma movimentação de R$ 2,083 bilhões. Foram oferecidos quase 500 mil leitos no período, número 15% superior ao da temporada passada, e os navios registraram 100% de ocupação. Os turistas tiveram um tempo médio de permanência de 5,5 dias e um gasto médio de R$ 2.929. Em cada cidade de escala, o impacto econômico médio gerado pelos cruzeiristas foi de R$ 581,35.
Em termos de empregos, a temporada 2018/2019 gerou 31,9 mil postos de trabalho na economia brasileira, resultado 15,3% superior ao número alcançado em 2017/2018. Deste total, 2,1 mil foram de tripulantes dos navios e 29,8 mil de empregos diversos. Foi o melhor resultado das últimas quatro temporadas.
* Com informações do Ministério do Turismo
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