EMBARCAÇÃO
publicado: 11/10/2019 19h03, última modificação: 11/10/2019 19h06
A construção faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, da Marinha do BrasilIntegração do Submarino Humaitá Foto: Isac Nóbrega/PR
Asegunda embarcação da frota que marca a nova era do Brasil nos oceanos, o submarino Humaitá, entra em fase final de montagem. No estaleiro-base da Marinha, em Itaguaí (RJ), técnicos e operários foram juntadas as cinco partes do casco da embarcação, construídas separadamente. O Humaitá (S-41) teve terminada a solda final do casco, nesta sexta-feira (11), em cerimônia que contou com a presença do presidente, Jair Bolsonaro.
"Aproximadamente 200 anos antes de Cristo, Arquimedes disse: “Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio que eu moverei o mundo”. Hoje não seria muito dizermos: “Dê ao povo brasileiro meios e liberdade que ele elevará o Brasil”. A prova material disso está aqui à minha frente, à direita. Trabalho do povo brasileiro, do mais graduado engenheiro ao mais humilde trabalhador. Esse é o trabalho desse povo que precisa de liberdade e meios para trabalhar", disse o presidente.
A construção faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil, que prevê a construção de quatro submarinos convencionais em parceria com a indústria naval francesa. O primeiro, “Riachuelo”, foi lançado ao mar no final de 2018 e está em fase de testes. Também está prevista a construção de um quinto submarino, com propulsão a energia nuclear, que está em fase de projeto.
Segundo o gerente do programa, almirante Celso Mizutani Koga, os submarinos vão se incorporar a frota naval para garantir ao Brasil a proteção de seus 8,5 mil quilômetros de costa e da área conhecida como Amazônia Azul. “Grande parte da exploração do pré-sal, toda parte da indústria pesqueira, comércio marítimo, tudo isso é feito através dessa grande área marítima e precisamos garantir a soberania.” afirmou.
Após a junção das partes o Humaitá passará mais um mês em fase de construção e aprimoramento do seu interior. Moderna, a embarcação tem mais de 70 metros de comprimento e cerca de 1,8 mil toneladas. Só, no segundo semestre do ano que vem, o submarino será lançado ao mar para a fase de testes. É nesse estágio que está o Riachuelo, o primeiro submarino previsto no Prosub, que foi lançado ao mar no fim do ano passado.
O valor total do Prosub é de R$37,1 bilhões, já tendo sido investidos mais de R$18,3 bilhões. A Marinha prevê o lançamento ao mar de um submarino convencional por ano até o final de 2023. Após o Humaitá será a vez do Tonelero e, depois dele, do Angostura. Eles devem ser lançados em 2021 e 2022, respectivamente.
O programa contempla também a construção de um complexo de infraestrutura industrial e de apoio à operação dos submarinos e investe no desenvolvimento da tecnologia nacional. “As diversas indústrias que se envolveram no projeto de nacionalização adquiriram tecnologias novas que hoje, além de estarem produzindo para equipamentos militares, podem produzir também para a vida civil. Isso faz com que essa empresa atinja novos patamares e outros mercados”, disse o almirante Celso Mizutani Koga.
O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, destacou que o PROSUB permitiu a transferência de tecnologia em diversas áreas e enfatizou a relevância do programa para o Brasil. “É importante destacar que o PROSUB não se limita à construção de submarinos, mas transcende esse escopo contemplando a construção de um complexo industrial e de apoio com estaleiros, uma base naval e uma unidade de fabricação de estruturas metálicas, o que já vem trazendo grande desenvolvimento socioeconômico ao município de Itaguaí, ao estado do Rio de Janeiro e ao nosso País”, declarou.
O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior ratificou a relevância do submarino para a indústria de Defesa nacional. “O submarino ‘Humaitá’ possui a seção de tubos de torpedos integralmente fabricada no País - fato inédito na nossa história de construção de submarinos”, disse.
*Com informações da Marinha do Brasil
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