Criminosos tentaram furar bloqueios em quatro pontos; ação pode ser resposta às recentes apreensões de droga na região
por Lilian Grasiela, Bruno Freitas, Vitor Oshiro e Francisco Brunelli
31/07/2020 - 05h00
Botucatu-SP - Em uma ação organizada, no fim da noite desta quarta (29) e madrugada de quinta (30), cerca de 30 criminosos fortemente armados fizeram populares reféns, interceptaram a saída do Batalhão da PM com veículo em chamas e explodiram o cofre da agência do Banco do Brasil, que fica no Centro de Botucatu (100 quilômetros de Bauru). Na fuga, os ladrões tentaram furar bloqueios em 4 pontos, trocaram tiros com a polícia e chegaram a atear fogo em veículos em 2 trechos de rodovias para evitar a chegada de reforço. Dois PMs ficaram feridos e um suspeito foi morto em confronto na manhã de quinta (30). Parte do dinheiro roubado foi recuperada e fuzis apreendidos. Diligências seguiam até o fim da noite de quinta (30) para localizar os envolvidos.
A intensa troca de tiros avançou a madrugada e deixou moradores em pânico (leia mais na página 12). Vídeos gravados em vários pontos de Botucatu registraram o confronto e criminosos com reféns. Para dificultar a intervenção da PM, uma Toyota Hilux foi incendiada em frente ao prédio do 12º Batalhão. Após a explosão do cofre da agência do BB, que danificou a estrutura de outras duas agências próximas, os criminosos fugiram em vários veículos.
O comandante do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), coronel Aleksander Toaldo Lacerda, conta que, assim que a ocorrência teve início, foi acionado Plano de Contenção de Ações Contra Estabelecimentos Bancários" e equipes da PM de Bauru, Jaú, Avaré e Piracicaba foram acionadas para montar bloqueios nas saídas da cidade para evitar confrontos na área urbana. Segundo Lacerda, os criminosos tentaram furar o cerco em quatro pontos diferentes. Houve troca de tiros e os ladrões abandonaram veículos e fugiram a pé. Na ação, dois PMs, de Sorocaba e Avaré, foram atingidos por disparos, mas sem gravidade. Eles foram conduzidos ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), onde permanecem internados, com quadro estável.
A quadrilha também incendiou dois caminhões no Km 263 da rodovia Marechal Rondon (SP-300), em São Manuel, e três veículos no Km 11 da rodovia João Hipólito Martins (SP-209), a Castelinho, em Botucatu, para tentar conter a chegada de reforço. Nos dois casos, de acordo com a concessionária Rodovias do Tietê, as pistas permaneceram totalmente interditadas para a contenção do fogo.
BALEADO
Na manhã desta quinta-feira (30), por volta das 9h, troca de tiros entre suspeitos que estavam em um EcoSport e policiais ocorrida na altura do Km 0 da rodovia Domingos Sartori (SPA-251), em Botucatu, resultou na morte de um homem de cerca de 40 anos, cuja identidade não havia sido informada até fechamento desta edição. Ele chegou a ser atendido no Pronto-Socorro do HC, mas não resistiu.
Até o final da noite, a polícia havia apreendido sete fuzis, de calibres .762 e .556, um fuzil calibre .50, uma metralhadora nove milímetros, munições, coletes e artefatos explosivos, além de recuperar sete veículos, incluindo dois roubados de vítimas de Botucatu, e parte do dinheiro roubado do Banco do Brasil. O valor levado pela quadrilha, assim como o montante recuperado, não foram informados.
Em nota, o Banco do Brasil afirmou que a explosão causou danos estruturais em parte do prédio da agência. "Após a liberação da unidade, equipes de engenharia e manutenção do BB serão deslocadas para o local, quando iniciarão avaliação dos danos e procedimentos de limpeza", diz. "O BB trabalha para a normalização do atendimento no menor espaço de tempo, mas ainda não é possível fixar prazo para sua normalização".
INVESTIGAÇÕES
O delegado seccional de Botucatu, Loureço Talamonte Netto, informou que a perícia nas armas e veículos apreendidos já foi realizada e que a Polícia Civil está fazendo o cruzamento dos dados da ocorrência com investigações relacionadas a crimes semelhantes na região, com a autoria já conhecida. Segundo ele, os trabalhos, que estão a cargo da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), contam com apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Capital.
Fonte: JCNET
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