
Militares
brasileiros entregaram equipamentos de proteção e remédios a
comunidades indígenas isoladas da Amazônia, na fronteira com a
Venezuela, nessa terça-feira (30). Eles examinaram índios para detectar a
covid-19.

Nenhum teve diagnóstico positivo nos exames rápidos de punção
digital, mas a pandemia de coronavírus ameaça dizimar dezenas de tribos
da Amazônia, que não têm imunidade para doenças externas e cuja vida
comunitária impede o distanciamento social.
A operação visa a ajudar os iecuanas e ianomâmis, que moram na maior
reserva do país. O governo brasileiro tem recebido críticas de que não
está fazendo o suficiente para proteger os indígenas do contágio.
"Essa operação, que é feita em conjunto com as Forças Armadas, tem a
principal importância de fazer o rastreamento por meio do teste de covid
nas aldeias aqui próximas", disse o capitão e médico naval Jarbas de
Souza.
O Exército transportou suprimentos de Boa Vista, capital de Roraima,
em um helicóptero Blackhawk, a um posto de fronteira dos militares
na floresta tropical – caixas de máscaras, álcool em gel, aventais,
luvas, exames e remédios, incluindo 13.500 comprimidos de cloroquina.
Apreensivos, ianomâmis e iecuanas descalços, mas com máscaras,
fizeram fila para serem examinados ou vistos por médicos para tratar de
outras questões de saúde em um vilarejo próximo. Bebês choraram depois
das punções digitais.
"Como a sociedade, eles têm medo! É um vírus desconhecido para eles,
para nós também, muitos preferiram se isolar sem ter contato ou com as
equipes médicas, como forma de prevenção, então vemos que têm medo",
explicou Elaine Maciel, do escritório regional da Fundação Nacional do
Índio (Funai).
Elaine disse que os iecuanas, que têm acesso à internet e estão mais a
par da gravidade da pandemia de coronavírus, foram os que mais recearam
os contatos, enquanto os ianomâmis interagiram com facilidade, trocando
presentes com os forasteiros – no caso, seu artesanato por barras de
sabão e pilhas.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, visitará a operação no posto de fronteira de Auaris nesta quarta-feira (1º).
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário