28/01/2022 - 11H05
Moradores da comunidade Bezerro Morto, na cidade de Luís Correia, litoral do Piauí, denunciaram ao 180graus que estão sendo ameaçados para deixarem as suas terras. As famílias alegam que moram há várias décadas na região, mas que agora um 'suposto' dono apareceu com documentos para alegar que tem a posse.
"Os moradores da comunidades estão
enfrentando uma situação complicada. Muitos vivem
em terrenos que foram passados de geração para geração,
que já dá quase 100 anos. Apareceu um suposto dono,
que ninguém sabe a origem dele. Alegando que
terreno é dele, trouxe uma advogada para cá,
fez uma reunião, já ameaçou os moradores do local
na reunião. O pessoal é da zona rural, não informação
e conhecimento de lei nem nada, ficaram tudo
calado e agora estão assombrados, com medo.
Só a minha família mora há 48 anos no mesmo local,
tem lei que dá direito para a gente por todo esse tempo.
Isso é uma covardia", informou um morador.
Outra moradora da comunidade informou que as
famílias estão sendo coagidas para que aceitem as exigências.
"A população do povoado de Bezerro Morto está
sendo coagido a comprar terra da igreja (terra adquirida
através de doação). Se não, a população será
desabrigada. Segundo informações de quem
participou de uma reunião com advogados, que
conversou com um terço da população, quem não
concordar com as exigências do processo deles,
vão passar o trator e vão derrubar a casa desses moradores.
A maioria dos moradores reside na comunidade há
mais de 30 anos de forma fixa", afirmou.
Uma nova reunião foi marcada para esta sexta-feira (28/01)
com outra parte dos moradores na comunidade.
Conflito de terras no litoral
Todo o litoral do Piauí está envolvido numa
complicada disputa fundiária. Desde Ilha Grande
até Cajueiro da Praia, as terras parece que de uma
hora para outra ficaram visadas especialmente por
pessoas de fora, que apresentam documentos
duvidosos de posse, alguns om mais de 100 anos.
Os casos de grilagem também são investigados por
órgãos estaduais e federais, mas até o momento,
quem vive no meio no conflito é quem
há décadas mora na região.
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