Dois anos de pandemia: idosa celebra 'abraços reais' após isolamento rígido
longe de filhos e netos no RN
Lindalva Nunes, de 69 anos, comemorou aniversário em 2020 abraçando
família através de cortina de plástico. Com melhora nos índices da pandemia,
ela voltou a reuni-los em casa.
Por Leonardo Erys, g1 RN
Lindalva, de 69 anos, celebra volta dos encontros com a família — Foto: Cedida
Em 6 de junho de 2020, a idosa Lindalva Mariano Nunes recebia os filhos e
netos de uma forma diferente. A família preparou uma cortina de plástico e
instalou no portão da casa dela, em Mossoró, na Região Oeste do
Rio Grande do Norte, para abraçá-la no dia do aniversário. A ideia era evitar
o contágio da Covid, já que a idosa estava isolada desde o início da pandemia.
Na sexta-feira (11) se completou dois anos do início da
pandemia declarada pela OMS e o cenário visto é outro. Com o avanço da vacinação e a queda nos índices de transmissão no estado,
a família conseguiu voltar a se reunir e dar "abraços reais".
"Graças a Deus que a pandemia está diminuindo bastante,
então eu estou feliz porque estão todos de volta à minha casa.
Antes era muito ruim, era solidão, sem os filhos, os netos. Às
vezes eles vinham na calçada e do portão mesmo eu conversava
com eles. Eu me senti muito feliz em abraçá-los normalmente",
contou Lindalva, de 69 anos, ao g1.
Segundo a idosa, aquele aniversário, no entanto, não deixou de
ser especial, já que ela não encontrava a família há algum tempo.
Ela tem sete filhos e 19 netos.
"Eu também fiquei feliz por ter abraçado mesmo sendo pela cortina.
Mas agora eu estou mais feliz", disse.
Aniversário de Lindalva em 2020 com cortina de abraço — Foto: Cedida
A família ainda demorou a retomar parte da
normalidade dos encontros. Em 2020, conta a filha Matilde Mariano Nunes, "continuamos a mesma rotina de não entrar na casa dela, ficando somente no portão".
A primeira reunião familiar foi em 2020, mas todos de máscaras.
"No início do ano passado começamos a flexibilizar um pouco com visitas de máscaras e acesso dentro de casa sem calçado. Quando uma
nova variante surgia ficávamos apreensivos. Pois nosso ideal é
sempre proteger nossa mãe", conta Matilde.
O abraço só voltou a ser normalizado no fim do ano passado. "Somente
começamos a nos abraçar mesmo já nas festas de fim ano,
Natal e Réveillon. Hoje em dia estamos todos misturados e nos
abraçando. Família é união, abraço, amor".
Matilde diz que lembra que a mãe "só fazia chorar" quando esse
reencontro afetivo aconteceu. "Encontrar e
abraçar pessoalmente é maravilhoso. Nosso coração palpitava".
Família reunida em 2020 em Mossoró para comemorar aniversário — Foto: Cedida
Fonte: G1 RN
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