Segundo a Prefeitura de Parnamirim, o motivo é a falta de vagas em hospitais de referência no estado. A UPA não realiza transferências há cinco dias.
Por Inter TV Cabugi e g1 RN
Pacientes internados nos corredores da UPA Parnamirim aguardam transferências — Foto: Cedida
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Esperança, em Parnamirim, cidade na Região Metropolitana de Natal, está superlotada. Com capacidade para atender 21 leitos, a unidade encontra-se neste sábado (1º) com 29 pacientes internados e segue com intensa movimentação. Segundo a Prefeitura de Parnamirim, o motivo é a falta de vagas em hospitais de referência.
Com a finalidade de receber os pacientes e estabilizar os pacientes, a UPA tem sofrido com a demora para as transferências de regulados aos hospitais de referência no estado, que estão sem vagas. Diante do número de internados, diversos pacientes estão acomodados pelos corredores da unidade, em macas, poltronas e cadeiras.
Segundo Damares Veloso, responsável pelo plantão administrativo neste sábado (1º), a unidade está operando com a capacidade acima do limite. “São oito pacientes internados a mais do que podemos receber, todas as nossas alas estão lotadas. Estamos há quase cinco dias sem realizar transferências, mas as portas seguem abertas e os pacientes chegando”, disse.
A Prefeitura de Parnamirim afirmou, em nota, que o problema é ocasionado pela demora nas transferências dos pacientes e que “a UPA encontra-se com toda sua equipe técnica completa, equipamentos em pleno funcionamento, medicamentos disponíveis, laboratório funcionando”.
No aguardo de uma transferência para sua sogra, que está internada no corredor da unidade desde quinta-feira (29), o vendedor Caio Amaral ressalta que apesar do problema, há empenho por parte profissionais. “Ninguém quer passar por isso com um parente seu. A estrutura aqui não existe, os profissionais são excelentes e tentam fazer o melhor que podem, mas não tem como, está sucateado”.
“Minha sogra precisa ser transferida para um hospital. Ela está com uma trombose na perna e precisa fazer hemodiálise. A gente fica na esperança de um leito para ela, que amenize o seu sofrimento”, completou Caio.
A falta de vagas em hospitais de referências também foi relatada por uma mulher, que está acompanhando seu marido internado no corredor da UPA e não quis se identificar. Segundo ela, a necessidade por uma cirurgia para o seu marido é muito urgente.
“No Hospital Walfredo Gurgel foi feito um exame que acusou o estado avançado do câncer dele. Quero saber se ele vai ser mais uma pessoa que morrerá na fila de espera”, questionou.
De acordo com a esposa, o paciente aguarda por uma vaga na Liga Contra o Câncer para operar. "Não há mais nada o que fazer. A ferida a qualquer momento pode estourar e ainda assim eles mandaram voltar para casa, que a gente espere uma vaga", afirmou.
Procurada pela reportagem da Inter TV Cabugi, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou em nota que segundo o Regula RN, o Rio Grande do Norte tem hoje uma taxa de ocupação de 80,18% de leitos críticos e 74% de leitos clínicos.
No entanto, a oferta de leitos na região metropolitana não tem acompanhado a demanda aumentada por leitos críticos que hoje encontra-se com 91,3% de ocupação.
Fonte: G1 RN
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