OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO
Os manuscritos do Mar Morto foram
casualmente descobertos por um grupo de pastores de cabras (Beduínos), que em busca de um de
seus animais localizou, em 1947, a primeira das cavernas com jarros cerâmicos
contendo os rolos de papiro. Inicialmente os pastores tentaram sem sucesso
vender o material em Belém. Mais tarde, foram finalmente vendidos para
Athanasius Samuel, bispo do mosteiro ortodoxo sírio São Marcos em Jerusalém e
para Eleazar Sukenik, da Universidade Hebraica, em dois lotes
distintos.
A autenticidade dos documentos foi atestada em 1948. Em
1954, governo israelense,
que já havia comprado o lote de Sukenik, comprou através de um representante,
os documentos em posse do bispo, por 250 mil dólares.
Outra parte dos manuscritos, encontrada nas últimas dez
cavernas, estavam no Museu Arqueológico da Palestina, em posse do governo da
Jordânia, que então controlava o território de Qumram. O governo jordaniano
autorizou apenas oito pesquisadores a trabalharem nos manuscritos. Em 1967, com
a Guerra dos Seis Dias, Israel apropriou-se do
acervo do museu, porém, mesmo com a entrada de pesquisadores judeus, o avanço
nas pesquisas não foi significativo. Apenas em 1991, com a quebra de sigilo por
parte da Biblioteca Hutington em relação aos microfilmes que Israel havia
enviado para algumas instituições pelo mundo, um número maior de pesquisadores
passou a ter acesso aos documentos, permitindo, enfim, que as pesquisas
avançassem significativamente.
Os desdobramentos em relação aos resultados prosseguem e,
recentemente, a Universidade da Califórnia apresentou o "The
Visualization Qumram Project" (Projeto de Visualização de Qumram),
recriando em três dimensões a região onde os manuscritos foram achados. O Museu
de Israel já publicou na Internet parte do material sob seus cuidados e o
Instituto de Antiguidades de Israel do Museu Rockefeller trabalha para fazer o
mesmo com sua parte.
Em 2015, após 45 anos, os pesquisadores da Universidade de Kentucky
decifraram versículos do Livro de Levítico a partir de um rolo de pergaminho
encontrado carbonizado na Arca Sagrada da sinagoga de Ein Gedi.[6]
No ano seguinte, 2016, arqueólogos ,da Universidade Hebraica
de Jerusalém, descobriram evidências de uma décima segunda caverna. No local,
foram desenterrados estilhaços de jarros que contiveram outros documentos.
Infelizmente, os documentos haviam sido saqueados, acredita-se que por volta de
1950.[7]
Fora os pergaminhos com história atestada de descoberta no
Deserto da Judeia, uma profusão de manuscritos circula no mercado paralelo cuja
autenticidade é duvidosa. Por exemplo, o Museu da Bíblia em Washington afirmou em março
de 2020 que todos os 16 fragmentos dos manuscritos do Mar Morto que possui são
falsificados. Relatório diz que maioria dos fragmentos são feitos de couro e
não pergaminho.[5]
Em 2021 foi anunciada a descoberta de dois fragmentos
encontrados na "Caverna do Horror" no deserto na região do Mar Morto.
Os textos, escritos em grego, são dos livros de Zacarias e Naum, com o nome de
Deus redigido na escrita paleo-hebraica. [8]
Autoria
A autoria dos documentos é até hoje desconhecida. Com base
em referências cruzadas com outros documentos históricos, ela é atribuída aos
essênios, uma seita judaica que viveu na região da descoberta e guarda
semelhanças com as práticas identificadas nos textos encontradas. O termo
"essênio", no entanto, não é encontrado nenhuma vez em nenhum dos
manuscritos.
O que se sabe é que a comunidade de Qumram era formada
provavelmente por homens, que viviam voluntariamente no deserto, em uma rotina
de rigorosos hábitos, opunham-se à religiosidade sacerdotal e esperavam a vinda
de um messias.
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