Segundo a Sesap, nas últimas seis semanas epidemiológicas de 2023, o número de casos confirmados já foi maior do que os de 2022.
Por g1 RN
Aedes aegypti é reconhecido por sua coloração escura com listras brancas ao longo do corpo e pernas; ele é menor que outros mosquitos comuns e é diurno — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Clima quente e incidência de chuvas, comuns no verão, são fatores ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de arboviroses urbanas como a dengue. a zika e a chikungunya.
A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) do Rio Grande do Norte fez um alerta para que a população ajude a evitar o aumento da proliferação desse mosquito, tendo em vista que análises epidemiológicas apontam para a possibilidade de um aumento substancial dos casos de arboviroses, principalmente da dengue, neste período do ano no estado.
Em 2022, foram mais de 12 mil casos confirmados e 21 óbitos causados pela dengue no RN. Nas últimas seis semanas epidemiológicas de 2023, o número de casos confirmados já foi maior do que os de 2022.
“Em 2022 encaramos uma alta muito forte e a situação foi bem difícil. Já neste fim de 2023 vimos que a curva de casos de dengue já está acima da mediana, sinalizando que o número de casos seja muito acima do que é o mais comum para o período”, contou a coordenadora de vigilância em saúde da Sesap, Diana Rego.
O relatório "Reflexões sobre o risco de arboviroses em 2024" da Fundação Oswaldo Cruz, elaborado em outubro de 2023 e distribuído pelo Ministério da Saúde, aponta que estão previstos cerca de 2,2 milhões casos suspeitos de dengue para o ano de 2024 no Brasil, com estimativas de aumento em quase todos os estados, com destaque para a região Nordeste.
Cuidados e prevenção
Uma pesquisa do Ministério da Saúde indica que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, em locais como vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, bebedouros em geral e materiais para construção.
O levantamento também aponta que locais de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.
A Sesap enviou uma nota informativa aos municípios potiguares listando uma série de 25 recomendações, que vão desde a ampliação das ações de detecção dos casos por meio de exames, reforço das redes de cuidados em hospitais e unidades, até as já reconhecidas medidas de limpeza, para evitar acúmulo de lixo para cortar os focos de proliferação do mosquito.
A Secretaria também informou que vai atuar em conjunto com as forças de segurança na Operação Verão. O foco é "reforçar as ações de conscientização junto à população".
OMS e Ministério da Saúde emitem alerta para aumento de casos
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Organização Pan-Americana da Saúde, emitiu em setembro de 2023 um alerta para aumento de casos de dengue, reforçando a necessidade de ações de vigilância, diagnóstico precoce e tratamento de casos.
Já em outubro, a OMS tornou a emitir um documento, desta vez analisando a situação de saúde pública para os países afetados pelo El Niño, incluindo o Brasil, o potencial de ameaças à saúde pública causadas pelas alterações climáticas e sua influência nas arboviroses urbanas como dengue, zika e chikungunya.
Seguindo a mesma linha, em novembro o Ministério da Saúde reforçou o alerta com uma nota informativa avaliando todo o cenário no Brasil e pontuando a retomada da circulação de todos os quatro sorotipos de dengue no país, o que não acontecia há 15 anos.
O último boletim epidemiológico da Sesap relativo a 2023 aponta que 12.048 casos de dengue foram notificados, dos quais 2.430 foram confirmados, resultando em três mortes.
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