Grupo com mais de 30 indivíduos foi visto na região Central potiguar. Segundo biólogo, redução da caça na região favorece ampliação dos grupos da espécie macaco-prego-galego.
Por g1 RN
Um bando com mais de 30 macacos foi filmado atravessando uma estrada de terra em um parque eólico localizado entre os municípios de Lajes, Bodó e Cerro-Corá, na região Central do Rio Grande do Norte.
As imagens foram captadas no complexo eólico Serra Verde. Segundo o biólogo Will Pessoa, que atuou no licenciamento ambiental dos parques de produção de energia eólica, os animais são da espécie Sapajus flavius, mais conhecida como macaco-prego-galego.
Ainda de acordo com o biólogo, os animais são nativos da região e geralmente vivem em bandos menores, porém aumentam o número de indivíduos no grupo quando encontraram áreas mais seguras para viver.
É o caso das áreas de parques eólicos. As fazendas contam com vigilância, o que reduz a presença de caçadores, por exemplo.
"Os macacos vivem em bandos grandes, são animais sociais. Mas eles se adaptaram na caatinga, principalmente, a ter bandos menores, justamente para não serem detectados por predadores e humanos. Moram dentro de complexos de rochas. Quando eles encontram áreas que não são mexidas, eles conseguem ficar com bandos maiores, reproduzir bem. As pessoas não desmatam nas fazendas, porque a área fica arrendada para os parques, então eles encontram locais perfeitos para ficar", afirma o biólogo.
Macacos são vistos em parque eólico do RN — Foto: Reprodução
Ainda de acordo com o biólogo, provavelmente os animais estavam saindo ou voltando de suas tocas. Ele ainda explicou que, os machos andam na frente do grupo, avaliando possíveis riscos, enquanto filhotes e fêmeas, as gestantes os seguem atrás.
Will Pessoa também apontou que os macacos da espécie se alimentam de frutas, folhas, sementes, insetos, além de ovos de aves que fazem ninho no chão
"É muito bom que saber que tem esses animais usando essas áreas como refúgio, que tem bando desse tamanho. Isso é um bom indício de que esses animais estão tendo condições para viver ali, que têm alimento, toca, água. Isso é extremamente interessante. É muito importante registro, para que a comunidade científica e o órgão ambiental, o Idema, também tenham ciência", pontuou.
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