Estado registrou menor número de mortes desde 2012. Levantamento foi publicado nesta terça-feira (12).
Por Igor Jácome, g1 RN
Cápsulas de munição no chão — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo levantamento periódico do Monitor da Violência, projeto do g1 que observa mês a mês os registros de mortes violentas em todos os estados.
Os dados levam em conta os números de homicídios dolosos (incluídos os feminicídios), além de latrocínio (roubo com resultado de morte) e lesão corporal seguida de morte.
A iniciativa é desenvolvida em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
A redução registrada no Rio Grande do Norte foi maior que a nacional, que ficou em 4%. Ainda assim, o estado teve um índice de 28,8 mortes por 100 mil habitantes, enquanto no país o índice é de 19,4.
Na região Nordeste, o Rio Grande do Norte teve o quinto maior índice e ficou atrás de Pernambuco (38,8), Alagoas (36,2), Bahia (34,3) e Ceará (33,8).
Já Sergipe (20,7), Piauí (21,7), Paraíba (25) e Maranhão (27,1) tiveram índices menores que o do RN.
Segundo o levantamento nacional do g1, o estado teve 842 homicídios dolosos, 28 latrocínios - que é o roubo com resultado em morte - e 81 casos de lesão corporal seguida de morte. Neste último, o estado foi o que registrou segundo maior número do país, ficando atrás apenas de São Paulo, que registrou 82.
Levantamento periódico é encerrado
O levantamento periódico dos assassinatos é um dos projetos do Monitor da Violência, criado em 2017 pelo g1 em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).
Naquela época, o governo federal não tinha uma ferramenta que permitisse à sociedade – jornalistas, pesquisadores, gestores públicos e demais cidadãos – acompanhar, de forma atualizada, os dados sobre homicídios do país. O único levantamento nacional era o do FSBP, divulgado no segundo semestre de cada ano.
A divulgação dos dados pelos estados também não era padronizada, e não havia uma frequência definida.
A partir da parceria, as centenas de jornalistas do g1 espalhados pelo país passaram a levantar junto aos estados dados sobre as mortes violentas ocorridas mês a mês, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e das assessorias de imprensa dos governos.
Esse trabalho contribuiu para aumentar a transparência e a precisão das informações sobre segurança pública divulgadas no Brasil e, em 2024, o governo federal passou a publicar os dados de crimes violentos em um painel interativo com informações de todos os estados.
Os dados do governo federal, embora usem uma metodologia diferente da do Monitor (por incluir, por exemplo, mortes suspeitas e encontro de corpos e ossadas, que podem não ser homicídios), apontam para um cenário semelhante, de redução de 4% nas mortes violentas em 2023.
Esse aumento na transparência levou o g1 e os parceiros a decidirem encerrar o levantamento periódico das mortes violentas.
"O Monitor da Violência teve e tem um papel estratégico para a discussão de vários temas sensíveis da agenda da segurança pública, a exemplo dos dados sobre redução e esclarecimento de homicídios, letalidade e vitimização policial, sistema prisional, violência contra mulheres, entre outros. Afinal, a experiência internacional revela que é a partir da ação intensa de disseminação de informações fidedignas e qualificadas que políticas públicas são provocadas e gestores se mobilizam", afirmam Renato Sérgio de Lima e Samira Bueno, diretores do FBSP.
A decisão não significa o fim do Monitor da Violência – apenas do levantamento periódico de assassinatos, diante de um cenário em que dados nacionais e atualizados sobre esses crimes estejam disponíveis para a população.
A parceria seguirá em outras iniciativas, como tem acontecido desde 2017. Nesse período, entre outras coisas, o Monitor da Violência realizou reportagens sobre:
- Solução de investigações de homicídios;
- Letalidade policial e mortes de policiais militares;
- Feminicídios;
- Roubos de carro no Estado de SP;
- Impacto da decisão do STF que permitiu a substituição da prisão preventiva por domiciliar de grávidas e mulheres com filhos pequenos;
- Propostas para a segurança pública de candidatos à Presidência da República.
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