Segundo prefeitura, cidade registrou 700 notificações de casos de aborviroses nos dois primeiros meses de 2024.
Por g1 RN
Mosquito transmissor da dengue — Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases/ Unsplash
A Prefeitura de Natal declarou situação de emergência por causa de uma epidemia de dengue na capital potiguar. O decreto tem prazo de 90 dias e foi publicado no Diário Oficial do Município deste sábado (2).
"A Secretaria Municipal de Saúde e os demais órgãos da Administração Pública Municipal, no âmbito de suas atribuições, deverão adotar todas as medidas que se fizerem necessárias ao restabelecimento da situação de normalidade", determina o decreto assinado pelo prefeito Álvaro Dias.
Segundo o documento, os dados do monitoramento têm apresentando áreas importantes de adensamentos de vetores (lavas e mosquitos Aedes aegypti) da doença no momento a cidade tem condições ambientais que facilitam a proliferação dos insetos, como chuvas e variações de temperatura.
Ainda de acordo com a prefeitura, o monitoramento de casos notificados para arboviroses, principalmente Dengue, vem observando um "aumento exponencial por semanas consecutivas".
O Secretário de Saúde da capital potiguar, George Antunes, apontou que cidade registrou cerca de 700 casos de arboviroses entre janeiro e fevereiro, dos quais 90% são ocorrências de dengue.
"Nós já visitamos mais de 30 mil domicílios com foco do mosquito. Em alguns desses domicílios, às vezes, temos mais de um foco. De 70 % a 75% dos focos hoje estão dentro das residências e só quem pode ajudar nisso é a população", afirmou.
Gráfico mostra que número de casos está acima do limite esperado (dado por 100 mil habitantes) — Foto: SMS/Natal/Divulgação
De acordo com o secretário, além das visitas aos municípios, os agentes têm atuado com borrifação de inseticida com unidades de baixo volume portáteis e a prefeitura iniciou o uso do carro fumacê.
"Vamos fazer três ciclos em cada bairro, que é para quebrar o ciclo de desenvolvimento do mosquito", afirmou.
Antunes ainda declarou que somente a Secretaria de Saúde recolheu mais de 15 mil pneus nas ruas entre janeiro e fevereiro, sem considerar o trabalho da Urbana, responsável pela coleta de lixo do município. Pneus, garrafas, copos e outros objetos que acumulam e permitem que a água fique parada podem virar criadouro para o inseto.
Os bairros com situação mais crítica, segundo a prefeitura, são: Pajuçara, Lagoa Azul, Redinha, Nossa Senhora da Apresentação, Igapó, Felipe Camarão, Nazaré, Cidade da Esperança, Rocas, Tirol e Planalto.
"Se a população não cuidar, o sistema não vai suportar. Vamos ter aquilo que vocês já viram acontecer, UPAs superlotadas, pessoal esperando cinco, dez horas para ser atendido. Temos sete unidades de pronto-atendimento atendendo 24 horas todos os dias", afirmou o secretário, ressaltando que a doença atinge pessoas de todas as idades e sexos.
Vacinação
George Antunes ainda afirmou que cerca de 15 dias após o início da vacinação contra a dengue, realizada em mais de 10 unidades básicas e em dois shoppings da capital, apenas 4,8 mil doses foram aplicadas. A vacina está sendo aplicada em crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos. A cidade recebeu mais de 18,8 mil doses do Ministério da Saúde.
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