Operação cumpre mandados de prisão e busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Norte, nesta quinta-feira (25).
Por g1 RN
Operação investiga suposto uso de dinheiro oriundo em crimes na abertura de empresas — Foto: MPRN/Divulgação
Um esquema de lavagem de dinheiro teria movimentado recursos por meio de contas bancárias de "esmalterias" abertas no Rio Grande do Norte. A origem do dinheiro seria de atividades criminosas como tráfico de drogas, explosão de caixas eletrônico, furto e sonegação fiscal.
Isso é o que apontam as investigações que levaram o Ministério Público do Rio Grande do Norte a deflagrar, nesta quinta-feira (25), a operação Grammer.
Em três anos, as empresas teriam movimentado cerca de R$ 7 milhões e parte dos recursos seriam de origem criminosa, segundo os investigadores.
Um mandado de prisão preventiva, e outros 13 de busca e apreensão, foram cumpridos nas cidades de Natal, Parnamirim e Areia Branca.
Segundo o MP, as investigações revelaram que o financiamento para a abertura de pelo menos quatro esmalterias nas cidades de Natal e Parnamirim teria origens ilícitas, vinculadas a crimes.
As atividades teriam sido coordenadas por um homem com um extenso histórico que inclui porte ilegal de armas, participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e furto qualificado.
Atualmente, o homem está cumprindo pena no sistema prisional do Rio Grande do Norte.
Porém, segundo o MP, as investigadores teriam comprovado que a ex-companheira dele, dona das esmalterias, é uma influenciadora digital no ramo da beleza que estava plenamente ciente da origem ilícita dos recursos investidos nos negócios.
"Além dela, outros membros da família e uma funcionária dos salões estão sendo investigados. Medidas restritivas foram aplicadas, incluindo o uso obrigatório de tornozeleiras eletrônicas para a empresária e a mãe dela, retenção de passaportes e a proibição de deixar Natal. O criminoso que cumpre pena recebeu novo mandado de prisão preventiva", informou o MP.
De acordo com os investigadores, desde a abertura da primeira esmalteria, em 2016, o casal teria expandido os negócios mesmo sem rendas que justificassem os investimentos, especialmente durante a pandemia de Covid-19.
"Eles mantinham um estilo de vida luxuoso, ostentando viagens internacionais, carros caros e festas privadas, o que não tinha respaldo no perfil socioeconômico dos dois no período. Em 2016, ano de abertura da primeira esmalteria, o principal investigado exercia a função de gerente administrativo da empresa, com salário declarado em torno de R$ 1 mil", informou o MP.
De acordo com o MPRN e a PCRN, esse fato demonstra a ausência de ocupação lícita que justificasse a acumulação de capital para financiar o negócio de então companheira.
Além da ex-mulher, da mãe dela e de irmãos do homem apontado como cabeça do esquema, também foi identificada a participação de terceiros agindo como intermediários ou “laranjas”.
Para o MPRN e para a Polícia Civil, as provas colhidas apontam a participação dos suspeitos no escoamento de recursos oriundos dos crimes cometidos pelo principal investigado, "constituindo em um verdadeiro 'capital de giro criminoso'”.
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