Maquinários abriram vertedouro auxiliar para reduzir quantidade de água no reservatório da cidade e evitar maior erosão sobre a estrutura. Ninguém ficou ferido.
Por g1 RN
Parte da parede do açude de Venha-Ver, no Alto Oeste potiguar, ruiu na manhã desta sexta-feira (12). Segundo a prefeitura do município, a estrutura não resistiu à sangria do reservatório, após fortes chuvas registradas nesta quinta-feira (11). Ninguém ficou ferido.
O desmoronamento de parte da estrutura foi registrada em vídeo por pessoas que acompanhavam a sangria do reservatório e o fato alertou autoridades municipais e estaduais (veja vídeo acima).
"Providenciamos maquinários inclusive de outros municípios que estão trabalhando para evitar uma tragédia", disse ao g1 o prefeito do município, Cleiton Jácome.
Segundo o prefeito, caso o açude "estoure" - o que ocorre se a parede ceder e não conseguir mais reter a água - o grande volume de água correria em direção a comunidades da zona rural do município e também de outras cidades da região, como Coronel João Pessoa.
Coordenador da Defesa Civil do Rio Grande do Norte, o coronel Marcos Carvalho afirmou no início da tarde que equipes do órgão e do Corpo de Bombeiros foram enviadas ao local para atuar junto com a Defesa Civil municipal de Venha-Ver e equipes da prefeitura de Coronel João Pessoa.
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Servidores do Instituto de Gestão das Águas (Igarn) e da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado também serão enviados ao local para vistoriar o reservatório.
"A sangria provocou uma erosão que nos preocupa, porque compromete realmente a parede do reservatório. A Defesa Civil municipal acionou alguns equipamentos que abriram um vertedouro auxiliar para rebaixar o nível do reservatório. No ponto em que a parede foi danificada pela erosão não temos mais água erodindo", afirmou o coordenador.
Parede ruiu em parte do açude de Venha-Ver — Foto: Divulgação
Ainda segundo a Defesa Civil, equipes do município foram orientadas a percorrerem o rio por onde a água passa após a sangria, a fim de retirar famílias de áreas de risco e cadastrar os contatos de moradores da região, para emitir alertas em caso de agravamento da situação.
O prefeito da cidade confirmou ao g1 que o açude passou por um trabalho recente de ampliação, iniciado na gestão anterior e concluído na atual. Ainda não se sabe, porém, o que teria causado o problema.
O açude público de Venha-Ver é capaz de comportar 792 mil metros cúbicos de água. Ele teve a licença de obra hidráulica expedida para a construção em 2017. A responsável pela obra e manutenção é a prefeitura do município.
De acordo com diretor-presidente do Igarn, Paulo Sidney, o açude não teve vistoria realizada no ano passado. O órgão explicou que têm um plano anual de vistoria e fiscalização, e que o açude de Venha-Ver não estava no planejamento de 2023.
Por conta disso, segundo o Igarn, não é possível apontar a categoria de risco na qual o açude poderia estar classificado ou o dano potencial. A vistoria serve para determinar ao empreendedor o conjunto de medidas a se tomar para a segurança da barragem.
O Igarn explicou ainda que monitora o açude Caldeirão, que fica abaixo do açude de Venha-Ver, e que pode ser afetado, recebendo a água, em caso de rompimento.
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