01/05/2019 11:00 - Nacional
Ainda pouco conhecido dos brasileiros, o quadro de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) é lembrado como Maio Roxo - mês de alerta e conscientização das DII. Números divulgados em 2018 no I Congresso Brasileiro de Doenças Inflamatórias no Brasil (Grupo de estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil - GEDIIB) apontam que, no País, as DII atingem 13,25 em cada 100 mil habitantes, sendo 53,83% de doença de Crohn e 46,16% de retocolite ulcerativa.
“As Doenças Inflamatórias Intestinais (Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa) ocorrem devido a múltiplos fatores, nem todos já esclarecidos, que vão desde determinantes genéticos, microbiota do ecossistema intestinal, hábitos de vida e alimentares até a imunorregulação da mucosa intestinal, sendo esses os principais. Jovens entre 20 e 40 anos, de ambos os sexos, são os mais atingidos pelas DII, responsáveis por grande impacto nas relações sociais e profissionais desses pacientes”, observa o médico clínico Marcelo Caldeira, do Centro de Infusões e Terapias (unidade no RJ do Grupo Oncoclínicas https://www.grupooncoclinicas.com/ ).
Sintomas são diversos e devem ser conhecidos pela população
Informações apresentadas nesse congresso revelam um aumento da incidência das DII, possivelmente em função da mudança de hábitos alimentares, como o aumento expressivo do consumo de alimentos industrializados e multiprocessados e o excesso de gorduras. Para o médico, tão importante quanto uma alimentação equilibrada e saudável como arma de prevenção é proporcionar informação à população para ajudar na identificação do quadro.
“Entre os sintomas mais comuns estão diarreia (com pus, muco ou sangue), cólicas, gases, fraqueza, perda de apetite e febre. Podem ocorrer ainda problemas oculares, articulares, cutâneos e no fígado. A Doença de Crohn pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo, da boca ao ânus, caracterizando-se por uma inflamação crônica, acometendo mais frequentemente o final do intestino delgado e do grosso. Nos casos mais graves, podem ser necessárias cirurgias para retirada de segmentos do intestino em razão de oclusão, sangramento ou perfuração e tratamento de lesões anais”, explica Caldeira.
“A retocolite ulcerativa tem como característica inflamação na mucosa do intestino grosso, que causa diarreia crônica com sangue e anemia. Diferente da Doença de Crohn, não há lesões no intestino delgado”, completa o médico.
Tratamento adequado é sinônimo de qualidade de vida ao paciente
A investigação e a avaliação clínica são fundamentais para o diagnóstico preciso e o tratamento mais assertivo das Doenças Inflamatórias Intestinais: “O diagnóstico e a classificação das doenças inflamatórias intestinais são baseados na suspeição clínica, seguindo critérios do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GDIIB) estabelecidos em consenso, com auxílio de exames complementares de imagem e laboratoriais, além de colonoscopia com biópsia. Também por isso, embora ainda não haja uma cura definitiva, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado permitem um controle eficiente, com excelente qualidade de vida aos pacientes portadores”, garante Caldeira.
“Basicamente, o tratamento é clínico, podendo ser necessárias intervenções cirúrgicas, nos casos mais graves, e segue diversas etapas, com uso de medicamentos orais e/ou venosos e subcutâneos, assim como os essenciais cuidados alimentares com dieta equilibrada, de acordo com a orientação de um nutricionista”, ressalta o médico clínico do Centro de Infusões e Terapias – unidade no RJ do Grupo Oncoclínicas.
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