O programa Impressões, da TV Brasil, convidou
a Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil, para
falar sobre as aflições típicas dos tempos de pandemia e apontar
caminhos para se buscar o equilíbrio neste momento.
Mestra dos ensinamentos de Buda e autora de diversos livros, ela
recomenda a meditação, que começa pela respiração consciente. Coen
admite: “Quando comecei a meditar era muito difícil. Colocava um
reloginho à minha frente e cinco minutos pareciam uma eternidade. Era um
horror”. Durante a entrevista, a monja ensina algumas técnicas que
podem ajudar os iniciantes na prática, que garante trazer alívio para
incômodos emocionais comuns neste período, como ansiedade, medo e raiva.
“Você perceber o que está acontecendo com você é a única maneira de você ter algum controle. E não é controlar as emoções. É percebê-las e deixar que passem. Quando a gente fala de budismo, a gente fala de autoconhecimento e autoconhecimento é libertação”, afirma a religiosa.
Este não é um momento para acerto de contas emocionais, nem para
remoer os rancores, segundo a monja, mas de considerar tudo o que foi
vivido como uma bagagem extra para encarar o presente com plenitude.
“O que passou serviu como uma experiência para o que estamos passando agora, e o que vai chegar, ainda não chegou. Estar presente no momento e ver com plenitude o agora é a única maneira de atravessarmos (esta fase). Só tem uma maneira: atravessar com presença pura. Nós dizemos, no budismo, que presença pura é sabedoria”, ensina Coen.
A missionária zen-budista declara respeito a outras religiões e
reconhece que, qualquer que seja o caminho escolhido, exige
determinação.
“A mente é incessante e luminosa. Ela não para. Tem inúmeros estímulos. Você pode perceber esses estímulos todos e escolher o que você quer estimular. Como você escolhe que programa você assiste, que livro você lê, como você escolhe seus amigos e como você conversa com essas pessoas e quais são os assuntos. Através das nossas escolhas, nós vamos encontrando estados mentais. E podemos encontrar estados mentais de tranquilidade que a gente chama de estado Buda, de sabedoria e compaixão, onde há tranquilidade, assertividade e ternura”, afirma.
A monja explica que o estado mental tem relação com a imunidade.
Manter aceso o olhar curioso da criança, de ver o mundo de uma forma
inédita e se apaixonar pelos pequenos detalhes, pode ser um hábito
poderoso. “A imunidade depende do nosso estado de tranquilidade. Não só,
mas muito. Quando o coração fica quentinho, quando é gostoso. A gente
tem que encontrar alguma coisa na vida que sinta prazer em ver”,
acrescenta.
Quanto aos questionamentos com os quais muitas pessoas se deparam na
atual situação, a monja é assertiva: “Pare de se lastimar e falar
‘queria poder abraçar’. Tem que ser bom agora. Onde você está é o melhor
lugar do mundo, porque sua vida está aqui. Aprecie a sua vida. Aprecie
as pessoas perto de você”.
Fonte: Agência Brasil
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