Monte do Templo será fechado para judeus e não se dividirá entre religiões
Desde 1967, após a Guerra dos Seis Dias, apenas muçulmanos têm permissão para orar no Monte do Templo.
O Monte do Templo será fechado para judeus sem prazo determinado, devido aos recentes confrontos entre árabes e forças de segurança israelenses. A regra foi estabelecida neste fim de semana pela Polícia de Israel.
Esperava-se que a visita de judeus ao Monte do Templo fosse impedida apenas até o final do Ramadã, mas a restrição pode durar mais tempo.
No domingo (24), o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, confessou que se sente desconfortável com a medida, mas garantiu a permanência do “status quo”.
“Não me sinto confortável com a ideia dos judeus não terem liberdade religiosa no Estado de Israel e serem banidos do que consideram um local sagrado”, disse Lapid em nota à imprensa.
Ao mesmo tempo, o ministro lembra que a polícia de Israel tem instruções rígidas para garantir o status quo no local. “E o status quo significa que os muçulmanos podem orar no Monte do Templo, e as outras religiões não”, resumiu.
Ele também garantiu que o governo israelense não pretende alterar o status do local sagrado: “Não haverá mudança. Não temos planos de dividir o Monte do Templo entre as religiões”.
Por que judeus não oram no Monte do Templo?
Desde 1967, quando Israel retomou o controle da Cidade Velha de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias, apenas muçulmanos têm permissão para orar no Monte do Templo, um local sagrado para as religiões judaica e islâmica. Enquanto isso, os judeus podem orar no local abaixo, conhecido como Muro das Lamentações.
Apesar do status quo, uma mudança estava sendo observada nos últimos meses. Discretamente, um número de judeus cada vez maior estava indo ao monte sagrado para orar.
Lapid negou que a polícia israelense tenha fechado os olhos para a oração silenciosa de judeus no local. “Se alguém está escorregando pelas rachaduras, isso não deveria acontecer, mas acontece”, reconheceu.
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discutiram esforços para parar a violência em Jerusalém. Biden aceitou um convite para visitar Israel nos próximos meses, informou a Casa Branca.
“Os dois líderes enfatizaram o forte vínculo pessoal que desenvolveram desde a visita do primeiro-ministro a Washington no verão passado”, disse a Casa Branca.
Violência incitada por terroristas
Em comunicado, Lapid pediu ajuda aos “muçulmanos moderados” e líderes de Estados muçulmanos para garantir a calma e manter o status quo no Monte do Templo.
“Organizações terroristas têm tentado tomar o controle da Mesquita de al-Aqsa para criar um surto de violência em Jerusalém e, a partir daí, um conflito violento em todo o país”, disse Lapid.
“Extremistas do Hamas e da Jihad Islâmica invadiram a mesquita de Al-Aqsa no início da manhã várias vezes”, acrescentou Lapid. “Eles trouxeram armas para a mesquita. Eles jogaram pedras e explosivos de dentro dela e a usaram como base para incitar tumultos violentos”.
O ministro israelense disse ainda que os grupos terroristas queriam intencionalmente forçar a Polícia de Israel a entrar na mesquita e incitar ainda mais oposição a Israel.
Havia cerca de 200 a 300 ativistas do Hamas e da Jihad Islâmica no Monte do Templo, enquanto 95.000 fiéis muçulmanos pacíficos rezavam no Monte do Templo no sábado e centenas de milhares durante o Ramadã. O controle e segurança foi garantido graças aos esforços de Israel, segundo Lapid.
A única coisa que interrompeu as orações de sábado foi uma manifestação do Hamas com apelos para assassinar judeus, disse ele. “Essa é a oração do Hamas: um apelo antissemita para a matança de inocentes”, acrescentou.
Alexandrepfilho Via Guiame Gospel
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