Não se distraia com aquilo que é passageiro
Aparentemente, desprezar a primogenitura não teria consequências esmorecidas para a vida de Esaú, mas ele simplesmente tratou como algo irrisório e efêmero.
“Porque a criação aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus.” (Romanos 8:19).
A Bíblia conta a história de um homem chamado Esaú, mais especificamente em Gênesis no capítulo 25. Era filho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Jacó. Entretanto, por ser o irmão mais velho, Esaú era herdeiro de tudo o que pertencia a seu pai e por conseguinte poderia ter o direito de ser chefe de toda a casa de seu pai. Esaú por ser um caçador estava voltando do campo fadigado e faminto, e ao chegar em casa se depara com o seu irmão Jacó cozinhando.
O que surpreende é ver o desespero e a fome que ele estava a ponto de vender a sua primogenitura para o irmão por um prato de lentilhas. Aparentemente, desprezar a primogenitura não teria consequências esmorecidas para a vida de Esaú, mas ele simplesmente tratou como algo irrisório e efêmero.
Nos capítulos seguintes do livro de Genêsis, por exemplo no capítulo 27, vemos Esaú pedindo uma única bênção a seu pai e logo em seguida chorando em alta voz. Ele desperdiçou, não apenas a herança que teria por direito futuramente, mas a oportunidade de desfrutar no aqui e o agora, o tempo presente da oportunidade.
O absurdo é que não importa o tipo de prato, o tipo de comida ou oportunidade, pois tudo isso aponta para as coisas naturais, mas o quanto os nossos olhos estão fitados na direção do alvo que é Cristo e não abrirmos mão daquilo que é eterno, imutável e inabalável. Não existe nada mais desprezível do que negociar a herança, a posição e o Reino de Deus por um momento, uma proposta ou circunstância, aliás, nem deveria hesitar em nós qualquer coisa que não coloque o Reino como prioridade. O autor da carta aos Hebreus no capítulo 12 versículo 16, denomina Esaú de imoral e profano, ou seja, um escravo dos deleites e prazeres temporais.
Paulo, também escreve aos Romanos (14:17) que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” e isso nos mostra a urgência de, não simplesmente anunciar que o Reino é chegado e está dentro de nós, mas impreterivelmente manifestar e edificar esse Reino que já fora estabelecido por Jesus em seu período na terra. A interrogação dos fariseus em Lucas (17), demonstrava que eles viviam a espera de algo visível e que estava por acontecer, como se fosse um evento a suceder e o que eles não compreendiam era que o Reino não tinha aparência visível, físico ou tangível.
Comumente, vivemos numa geração farta e demasiadamente exposta a qualquer tipo de prazer e satisfação pessoal, como barganhar por um prato de lentilhas. Pode parecer frívolo, contudo é preocupante. É como uma rosa artificial que em sua estética até consegue decorar o ambiente, mas não há vida fluindo e essa deveria ser a nossa preocupação: viver na superficialidade daquilo que é findável nesta terra.
Rejeite todo pensamento de Esaú e lança fora qualquer hipótese de negociar a sua posição em Cristo e no Reino. Desperte e eleve o nível de apetite espiritual pelas coisas que não são desta terra. Seja impulsionado por um desejo sobrenatural de fome, sede e radicalidade com o genuíno Evangelho. Esaú saiu da posição de herdeiro e por conta de uma escolha no momento, viveu como escravo a longo tempo e consequentemente o seu povo, Edomitas, no Egito.
A maneira como vivemos o Reino de Deus expressa a real importância que damos como embaixadores deste Reino por onde quer que estejamos. Não tem a ver com geografia, mas uma convicção de viver intensamente como alguém que entendeu ser filho, herdeiro e estar assentado nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Efésios 2:6)
Existe um clamor no seu coração? Existe um senso de urgência pelas coisas eternas? Existe uma fome e uma sede que te faz ir mais fundo? O céu sempre corresponde as expectativas de quem é filho.
Matheus Grismaldi é escritor, missionário e assessor de comunicação e imprensa em Angola, África. Também integra equipe de plantações de Igrejas, dedica-se ao discipulado, apaixonado pelo Evangelho e faz parte da liderança na Igreja Videira, Vinha Angola. É o filho caçula de três irmãos, nascido em lar cristão, natural de São Paulo, carrega o sonho de ver uma geração vivendo a grande comissão e missões transculturais.
* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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Fonte: Guiame Gospel
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