Quanto tempo de qualidade você tem passado com os seus filhos?
Muitos pais tentam justificar a ausência na vida dos filhos culpando a correria do dia a dia.
Hoje vamos tratar de algo que muitos reconhecem a importância, mas deixam de praticar o que entendem. A questão é: por quê? O que tem tirado dos pais, por exemplo, a capacidade de passar tempo de qualidade com os filhos, mesmo entendendo que esta é uma necessidade vital para a vida deles?
Primeiramente, devemos reconhecer que nos tornamos uma sociedade muito retórica. Ou seja, falamos muito, teorizamos quase tudo, mas praticamos pouco o que dizemos saber. Parte disso, acredito, se deve ao modo como temos enxergado os ideais de sucesso e felicidade.
Isso tem tudo a ver como nos relacionamos com as crianças, pois se uma mãe, por exemplo, acredita que precisa priorizar mais o seu cargo de diretora numa grande empresa, em vez da sua presença com o filho de 5 anos, os reflexos dessa crença num ideal profissional vão repercutir sobre a saúde mental e a personalidade do menor.
O mesmo ocorre quando um pai, achando que para ser amado e valorizado, resolve sacrificar quase todo o seu tempo junto à família em nome do trabalho. Pior do que isso, ainda, é quando os pais adicionam outros elementos capazes de substituir o tempo de qualidade que deveriam passar com os filhos.
São coisas como amigos, academia, estudos (desproporcional) e até o tempo que passam vendo redes sociais. Ou seja, qualquer outra coisa que, embora não seja mais importante que os filhos, acaba se tornando um poderoso e viciante desvio de atenção em relação a eles.
Você tem escolhas
Em segundo lugar, devemos compreender que o ritmo de vida pós-moderno não é totalmente responsável por nossas decisões. Por que afirmo isso? Porque muitos pais tentam justificar a ausência na vida dos filhos culpando a correria do dia a dia.
Ora, entendo que há casos e casos, onde muitas vezes é preciso sacrificar o tempo com a família para colocar comida na mesa. Entretanto, na maioria das vezes o grande problema está em nossas próprias escolhas, e é aqui onde entra a importância de entender o que significa "tempo de qualidade".
Para uma criança, mais importante do que ficar ao seu lado fazendo cara de paisagem enquanto ela brinca, é participar do seu mundo imaginário. No caso de um adolescente, é transmitir a confiança de que ele precisa para saber que pode contar com você em qualquer circunstância, sendo a sua autoridade um modelo.
Na prática, portanto, tempo de qualidade não envolve, necessariamente, quantidade, mas sim o significado das suas ações.
Uma, duas, três horas diárias podem ser indiferentes na vida dos seus filhos se a sua presença for meramente corporal, e não afetiva e espiritual. Em contrapartida, 30 minutos podem ter mais valor se bem vivenciados.
É óbvio que o ideal é unir tempo e qualidade. Por isso, o mais importante é que os pais tenham a certeza de que na maioria das vezes podem fazer escolhas, abdicando de algumas coisas pessoais em prol dos filhos.
Essa é a grande consciência que devemos ter, especialmente como cristãos, cuja responsabilidade de cuidar dos filhos é uma ordenança divina expressamente enfatizada pela Bíblia Sagrada. Negligenciar este dever não é uma opção.
Conclusão
Invista nos seus filhos o máximo possível, afetivamente falando. Eles são a nossa maior herança. Cada hora, minuto e segundo conta para a formação deles, e esse tempo não volta atrás. Tudo o que você puder fazer de melhor, portanto, faça agora!
Tempo de qualidade é tudo o que possui significado, marca a vida e agrega em valor. Não é cumprimento de obrigação, mas a doação de si mesmo para o outro, neste caso os filhos.
Se você ainda não enxerga a sua relação de paternidade e maternidade dessa forma, reveja seus conceitos, antes que seja tarde demais.
Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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Fonte: Guiame Gospel
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