Geraldo Rufino, dono de uma companhia avaliada em nove dígitos, esteve em Bauru para palestrar no BID e contou sua história
por RAFAEL DE PAULA
30/08/2019 - 06h00
Por onde passa, o empresário Geraldo Rufino conquista pessoas pela sua história de vida, seu sucesso no mercado e, acima de tudo, pelo sorriso fácil. E não foi diferente por aqui. O "catador de sonhos" esteve na cidade nesta quinta (29) e integrou o time de palestrantes da 2.ª edição do Bauru Innovation Day (BID), que discutiu a importância da inovação no mercado (leia mais abaixo).
O mineiro negro, criado na favela Sapé, em São Paulo, não teve uma infância diferente de outras crianças pobres. Aos sete anos, Geraldo perdeu a mãe. Aos 11, recolhia latinha pelas ruas da Capital e outros produtos que pudesse vender em algum ferro-velho. Parou de estudar por causa da vida difícil e foi buscar emprego formal. Voltou à sala de aula mais tarde. O retorno aos livros foi uma condição para que continuasse a trabalhar como office boy no Playcenter, antigo parque de diversões. Mais tarde, em 1985, investiu o dinheiro que tinha na compra de dois caminhões para transportar adubo.
Porém, os dois veículos se envolveram em um acidente e ficaram inutilizáveis. Com prejuízo gritando nos ouvidos, o jeito foi desmontar os caminhões e vender as peças. Nascia, assim, um negócio. Geraldo Rufino é dono da JR Diesel, a maior empresa distribuidora de peças automotivas seminovas do País. A companhia é avaliada em nove dígitos.
Ele defende a importância da iniciativa das pessoas para assumir o protagonismo das suas vidas e dar primeiro passo para empreender. Com um sorriso no rosto, o empresário atendeu o JC minutos antes de subir ao palco do BID. Confira:
JC: Qual o recado que você traz para o evento?
Geraldo Rufino: Meu recado é a minha vivência, meu aprendizado e minha experiência como empreendedor. As pessoas falam muito sobre empreendedorismos, tecnologia e inovação. Eu vim aqui contar onde começa tudo isso. Começa em casa, com nós mesmos, com a família e no lugar que você está. Empreender começa de dentro para fora. Todos podem empreender, evoluir, crescer e usar a tecnologia para a evolução. Porém, a tecnologia é um acessório. O crescimento tem que vir da gente!
JC: E, afinal, o sucesso vem de onde?
Geraldo: Não tem caminho, não tem segredo para o sucesso. A coisa mais fácil do mundo é ganhar dinheiro. Porém, temos que fazer o melhor sempre. Nosso País tem problemas, mas ainda é terreno fértil para empreender. Quem muda a nossa história somos nós mesmos. Temos que assumir o protagonismo das nossas vidas. Não podemos esperar que os outros façam pela gente.
JC: Qual o maior desafio, hoje, para o empresário?
Geraldo: O maior desafio é vencer as barreiras dele mesmo. Precisamos voltar a acreditar, a sonhar e ter esperança. Muitos terceirizam a culpa! Isso está errado. Quem vai fazer a mudança que é necessária somos nós mesmos. O desafio é a atitude de ser protagonista. Parar de ser vagão. Tem que ser locomotiva, meu!
JC: A sua história é de muita resiliência. Essa é uma característica fundamental do negócio?
Geraldo: Minha característica é a mais simples do mundo e é fortalecida na gratidão. É importante abandonar falsas crenças que prejudicam o negócio e acreditar. Não existe só um empresário diferenciado, altamente capacitado e inteligente. Existe neles, também, a vontade de fazer. Eles têm um propósito e temos que ter isso também na vida. No entanto, dentro disso tudo, o quesito "ser feliz" deve estar em primeiro plano. Do contrário, não dá certo.
Fonte: JCNET
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