O Cruzeiro demitiu nesta quinta-feira o técnico Rogério Ceni. Após somente oito partidas no cargo, com duas vitórias e um aproveitamento de 33% dos pontos, o ex-goleiro deixa cargo depois de uma passagem marcada pelo relacionamento conturbado com alguns jogadores do elenco e a dificuldade de fazer o time mineiro reagir e sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
A permanência de Ceni ficou insustentável depois do empate por 0 a 0 com o Ceará, no Castelão, na noite desta quarta-feira. Segundo a Rádio Itatiaia, no vestiário o ex-goleiro foi questionado pelo zagueiro Dedé sobre o motivo de não ter utilizado o meia Thiago Neves, que ficou o tempo todo no banco de reservas. Quem entrou no segundo tempo foi o garoto Maurício, de 18 anos.
Ao ouvir as palavras do defensor e as manifestações de apoio de outros jogadores, Ceni ficou contrariado e deixou o vestiário 15 minutos antes do restante da delegação cruzeirense. Um substituto para assumir o cargo é Dorival Junior, o mesmo profissional que, curiosamente, substituiu o ex-goleiro no comando do São Paulo, em julho de 2017. Outro nome cotado é Luiz Felipe Scolari, demitido do Palmeiras.
A desavença em Fortaleza não foi o único atrito entre Ceni e o elenco. Outra rusga foi depois da eliminação na semifinal da Copa do Brasil diante do Inter, no Beira-Rio. Na ocasião, Thiago Neves criticou a escolha do treinador para definir o time titular. "Você mudar três, quatro nomes para uma semifinal é muita coisa. Fazer quatro mudanças é muita coisa em um time que já está formado. É difícil, complicado", afirmou.
Logo depois, o treinador rebateu a declaração do meia e atribuiu a crítica à insatisfação do jogador em ter visto o lateral Edilson de fora da partida. "Às vezes, o que aconteceu, acredito muito na declaração do Thiago, foi que ele viu um amigo no banco de reservas", disse Ceni. O técnico também teve de lidar no Cruzeiro com a insatisfação de outro jogador renomado: o atacante Fred.
CARREIRA - A saída de Ceni encerra a passagem dele pelo terceiro clube da carreira como treinador. O ex-goleiro começou o trabalho de técnico em 2017, no comando do São Paulo, no qual trabalhou durante seis meses, com 34 partidas, 14 vitórias, 11 empates e nove derrotas. O aproveitamento foi de 51% dos pontos
O segundo clube de Ceni foi o Fortaleza. Contratado para dirigir a equipe no ano do centenário, 2018, ele conquistou na temporada passada o inédito título do clube na Série B do Campeonato Brasileiro. Já em 2019, conseguiu ser campeão do Campeonato Cearense e da Copa Nordeste. Antes do convite do Cruzeiro, feito em agosto, o ex-goleiro chegou a recusar uma sondagem para dirigir o Atlético-MG.
Fonte: JCNET
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