INOVAÇĀO
A nova cascata aumentará em 20% a produção de urânio enriquecido no País e deve suprir 60% da necessidade da Usina de Angra 1
publicado 28/11/2019 19h48, última modificação 28/11/2019 19h48
Visão geral Fábrica de Combustível Nuclear - INB Resende - Foto: INB
Na próxima sexta-feira (29), será inaugurada a 8ª cascata de ultracentrífugas na fábrica da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ). A cascata, que recebeu investimentos de cerca de R$ 18 milhões do Governo Federal este ano, é utilizada para enriquecimento de urânio. Esse procedimento é feito na por meio do processo de centrifugação por máquinas totalmente brasileiras desenvolvidas no Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo (SP).
A inauguração faz parte da primeira fase da implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, projeto em parceria com a Marinha do Brasil. Previsto para ser concluído em 2021, ao final, o projeto atenderá 80% da demanda de Angra 1 com a instalação de dez cascatas ultracentrífugas.
O Diretor Técnico de Enriquecimento Isotópico da INB, Ricardo Soares Ferreira, ressaltou que, quanto maior a capacidade de o País enriquecer urânio, menor será sua necessidade de importação, gerando economia para o País. Segundo a INB, com o aumento da produção, o Brasil deve economizar R$6 milhões, além dos R$ 36 milhões anuais já economizados com a produção das sete cascatas em funcionamento.
“Enriquecimento de urânio é o processo, dentro do ciclo do urânio, com maior valor agregado, ou seja, quanto maior a capacidade de o Brasil produzir urânio enriquecido, maior o valor agregado que traz para o País, em termos de divisas, reduzindo assim necessidade de importação de urânio enriquecido”, explicou.
A INB, empresa de economia mista vinculada ao Ministério de Minas e Energia, é responsável por fazer todo o ciclo de processamento de urânio no Brasil, desde a sua mineração até a produção de combustível nuclear.
Processo
Grande parte do isótopo de urânio encontrado na natureza é do tipo que não gera energia. O processo de enriquecimento é realizado para separar e aumentar a concentração do isótopo natural capaz de produzir energia.
A INB produz urânio enriquecido a até 5% em peso do isótopo 235 para a fabricação dos combustíveis que abastecem as usinas de Angra 1 e 2 e, no futuro, Angra 3.
Reconhecimento internacional
O Brasil faz parte de um grupo de 12 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção. São eles: Estados Unidos, China, França, Japão, Paquistão, Rússia, Holanda, Índia, Irã, Alemanha e Inglaterra.
Com informações do portal Indústrias Nucleares do Brasil
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