Pessoas sem conhecimento de segurança digital são alvos preferenciais
Publicado em 29/10/2021 - 16:40 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo
Os
golpes contra clientes de bancos cresceram 165% no primeiro semestre
deste ano em comparação com o mesmo período de 2020, segundo
levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Os golpes que
mais aumentaram foram aqueles chamados de “engenharia social”, em que a
vítima é manipulada e levada a fazer ações em benefício dos criminosos.
O crescimento ocorre, entretanto, em um contexto em que o celular já
responde por mais da metade das transações bancárias. Segundo a
Febraban, os aplicativos para telefone móvel foram usados em 51% das
transações em 2020. Em 2016, o percentual era de 28%. De acordo com a
federação, a pandemia aumentou a importância desses aparelhos, que
passaram a ser usados por pessoas que antes sequer tinham conta em
banco.
Esse público, com pouca intimidade com o funcionamento do sistema
bancário e com a segurança digital, é o alvo preferencial dos grupos de
criminosos, diz a entidade. Os golpistas tendem a se aproveitar da falta
das informação das vítimas para induzi-las a fazer depósitos e
transferências, o que é mais fácil do que burlar os sistemas de
segurança dos aplicativos e sistemas dos bancos.
Golpes
O chamado golpe do falso funcionário cresceu
62% no primeiro semestre deste ano. Nessa modalidade, o criminoso liga
para a vítima e se faz passar por funcionário de uma instituição com a
qual a pessoa tem relação. O golpista informa a vítima sobre supostos
problemas de segurança, como a conta invadida ou clonada, para conseguir
dados pessoais e financeiros. Durante a ligação, o criminoso pede ainda
que a vítima digite a senha do cartão. Com essas informações, ele pode
fazer retiradas de contas da vítima.
O golpe do falso motoboy funciona de forma semelhante. O golpista liga
para a vítima passando-se por funcionário do banco e diz que o cartão
foi fraudado, pede a senha e instrui a pessoa a cortar o cartão. No
entanto, o chip fica preservado. Um suposto funcionário do
banco vai à residência da pessoa sob o pretexto de retirar o cartão para
que um novo seja emitido. Com a senha e o chip, os golpistas podem sacar dinheiro e fazer transações em nome da vítima.
Nesse tipo de situação, alerta a Febraban, os golpistas tentam provocar
medo na vítima para que ela aja por impulso e siga as instruções dos
criminosos. Por isso, é importante lembrar que, em nenhum contato real
de bancos, serão solicitados senhas, números de cartão ou será pedido
para fazer transferências. Em caso de dúvida, o cliente deve desligar e
telefonar por conta própria para os canais de atendimento informados no
verso do cartão bancário.
As tentativas de golpe do tipo phishing cresceram 26%. Nessa modalidade de fraude, são enviados e-mails
ou mensagens por WhatsApp na tentativa de obter dados ou induzir as
pessoas a clicar em páginas falsas de bancos. Por isso, os clientes
devem sempre desconfiar de ofertas não solicitadas ou descontos muito
acima do esperado, além de verificar com cuidado os endereços de e-mail e
das páginas nesse tipo de mensagem que, muitas vezes, tentam simular
com troca de letras ou domínios do exterior as páginas oficiais dos
bancos.
Há ainda as fraudes com empréstimos e venda de produtos com condições
aparentemente muito vantajosas. Os criminosos, então, induzem o senso de
urgência nas vítimas para que façam depósitos sob o pretexto de não
perderem a oportunidade das ofertas. A Febraban alerta que nenhuma
modalidade de empréstimo solicita pagamentos antecipados. No caso de
compras, é importante fazer em páginas seguras e certificadas.
A Febraban afirma que os bancos investem R$ 2,5 bilhões por ano em segurança digital. Porém, em casos em que as vítimas fazem os depósitos ou entregam informações para os criminosos, o entendimento dos bancos é que a fraude não envolveu o sistema, por isso, não há chance de ressarcimento.
Fonte: Agência Brasil
Edição: Nádia Franco
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