Suspeito foi preso na última sexta-feira (10) no Hospital Universitário Onofre Lopes.
Por g1 RN e Inter TV Cabugi
Sede do Itep, Instituto Técnico-Científico de Perícia, na Ribeira, em Natal (Arquivo) — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi
Um laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) descartou que o líquido encontrado no rosto de um bebê de 10 meses que estava internado no Hospital Universitário Onofre Lopes, na última sexta-feira (10), fosse sêmen.
Ainda de acordo com o órgão, os peritos também não encontraram nenhum indício de agressão ou violência sexual contra a criança.
Um homem que estava na mesma enfermaria que a criança foi preso, após a unidade de saúde acionar a Polícia Militar e a Polícia Civil e teve a prisão em flagrante mantida pela Justiça durante a audiência de custódia realizada no fim de semana.
"O laudo do exame de pesquisa de espermatozóide e PSA deu negativo. O exame foi feito através do líquido encontrado no bebê, na roupa que ela usava e de swabs coletados na boca e na cervical. As análises dos materiais foram feitas por mais de 12 horas por peritos criminais que são especialistas nesse tipo pesquisa. Além disso, o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) não mostrou nenhum indício de agressão ou violência sexual contra a criança", diz a nota divulgada nesta terça-feira (14).
Segundo o Itep, o PSA é o Antígeno Prostático Específico (PSA) - proteína presente em altas concentrações no líquido seminal, utilizada nas análises periciais para pesquisa de possíveis indícios de esperma.
"Aquele conteúdo não é esperma, não é sêmen humano", garantiu o diretor-geral do Itep, Marcos Brandão.
O Hospital Universitário Onofre Lopes informou que a investigação sobre o caso de suposta violência sexual contra um bebê de 10 meses que está internado na unidade está sob responsabilidade exclusiva da Polícia Civil.
"O HUOL vem colaborando com as autoridades policiais desde o início das investigações e dando todo suporte à família do bebê", informou.
O caso
De acordo com a mãe da vítima, o filho possui uma síndrome rara que afeta o fígado, o pâncreas e os rins, e está internado no HUOL após a colocação de um catéter no pescoço para o início da hemodiálise.
Mãe e filho dividiam o quarto com outra família, que também estava com um bebê de 10 meses internado. A mulher teria saído do quarto para beber água e, ao retornar, viu o suspeito, o pai desse outro bebê, agindo de forma estranha.
"A minha vizinha de quarto foi pra casa e deixou seu esposo com o filho. Meu bebê estava dormindo e eu saí pra tomar água. Foi questão de 3 a 5 minutos, muito rápido. Quando eu cheguei, percebi que o homem estava ajeitando a calça e a camisa. Eu corri, liguei a luz e fui olhar meu bebê. Olhei para as partes íntimas, mas não vi nada de anormal. Mas quando olhei o canto da boquinha dele, [havia] o líquido estranho", contou a mãe.
Ao ver a situação, ela chamou a equipe de enfermagem, que agiu para investigar o que poderia ter acontecido.
"Quando mostrei à técnica de enfermagem, ela chamou outras enfermeiras, que colheram [o líquido] e levaram para um laboratório do hospital para analisar. Quando voltei pro quarto, vi o homem bem tenso e saí ligeiro com meu bebê", lembrou a mãe, que logo após esse momento, foi levada, junto ao seu bebê, para outra acomodação.
O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal. Segundo a Polícia Civil, a investigação corre em sigilo.
Fonte: G1 RN
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