BIF 2019
publicado: 10/10/2019 16h53, última modificação: 10/10/2019 16h53
Paulo Guedes falou a investidores durante Fórum de Investimentos Brasil 2019Paulo Guedes durante a abertura do Fórum de Investimentos Brasil - Foto: Ministério da Economia
Aterceira edição do Fórum de Investimentos Brasil (BIF 2019) expande a influência estratégica do Brasil no mercado mundial e apresenta as ações do Governo e dos principais setores para investidores. Nesta quinta-feira (10), em uma das exposições do evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou a intenção do Governo Federal de aprimorar a máquina pública e abrir espaços para mais investimentos em diversos setores.
“A primeira grande mensagem que queremos passar é de confiança. Estamos colocando ordem na casa e a prioridade era a Reforma da Previdência, que está sendo finalizada no Congresso. A segunda urgência são os juros da dívida pública que representam mais de 100 bilhões de dólares por ano. Além disso, a União tem o equivalente a R$ 1 trilhão em imóveis e outro montante nesse patamar em participações em empresas. O nosso foco é vender isso e equilibrar as contas”, afirmou Guedes.
Ainda de acordo com o ministro, o governo está garantindo avanços concretos. “O terceiro foco é aprimorar a máquina pública. Enquanto os salários de funcionários cresceram muito nas últimas décadas, o desemprego foi significativo no setor privado. O setor público é responsável por apenas 1% de investimento enquanto acaba gastando com a própria estrutura. Vamos transformar o Estado e criar um bom ambiente de negócios para retomar as taxas de crescimento. Somente com a Reforma da Previdência teremos um horizonte fiscal razoável pelos próximos 20 anos''.
“Além da Reforma da Previdência, também estamos trabalhando na desvinculação de recursos que já não representam as reais necessidades da sociedade atual. O dinheiro tem que ir para a base e não para privilégios de setores da máquina pública. A meta é vender todas as estatais e zerar o deficit público. Temos que agilizar esse processo”, afirmou o líder da equipe econômica.
O ministro também destacou a importância do aprimoramento do setor petrolífero e das funções da sua principal empresa, a Petrobras. “Depois de cinco anos parada, conseguimos aprovar a cessão onerosa da exploração do petróleo para avançar com investimentos estratégicos. Será um choque de energia barata. A Petrobras precisa se focar na exploração e deixar de lado postos de combustível. Esse monopólio não é saudável. Além disso, estamos vivendo o crescimento de várias energias alternativas e o que hoje tem valor, petróleo, pode não ter daqui a 20 anos. Por isso a Petrobras precisa se focar na sua principal missão que é a extração”, declarou o ministro.
Ainda de acordo com Guedes, outra frente de atuação é a Reforma Tributária. “Não temos urgência para não fazer mal feito e queremos a colaboração de todos. Os encargos trabalhistas afastam cerca de 40 milhões de brasileiros do setor formal. Isso derruba a produtividade do serviço e prepara grandes problemas para o futuro pois esses brasileiros não estão cotizando para a Previdência”, esclareceu Guedes.
Em outra frente estratégica do Governo, Guedes garantiu a celeridade nas articulações. “A reforma administrativa é outra prioridade para diminuirmos o excessivo tamanho do Estado. Em muitos setores, os funcionários já começam ganhando o que um diretor de empresa ganha no setor privado. E não adianta só abrir o capital das empresas estatais. A corrupção acaba chegando. Temos que desmontar essa estrutura arcaica", declarou Guedes.
O ministro da Economia também destacou a importância da atuação da classe política em um setor que ainda atrai poucos investimentos. “Nesse processo de modernização, o Congresso está sendo muito importante ao se focar no saneamento básico. Esse setor ainda concentrado no Estado pode ser incorporado pelo setor privado e avançar. As expectativas de vida no Brasil variam muito por conta do acesso ao saneamento. Nosso Governo acredita no mercado e esse é mais um setor em que ele terá atuação determinante. O Brasil vai se reconstruir. Manteremos os benefícios dos mais frágeis, dos desfavorecidos, mas o nosso foco é abrir espaço para o setor privado crescer”, disse Guedes.
Para agilizar esse processo, o ministro reforçou o papel estratégico de um dos maiores bancos de fomento do mundo. “Precisamos reestruturar o BNDES que tem uma carteira muito grande. Não faz sentido um banco público estar em tantos setores. Tem que vender isso e devolver o que está devendo para o Brasil. O BNDES será muito importante nesse processo de expansão do saneamento no Brasil. Esse importante banco auxiliará em todos os processos de concessão e parcerias público-privadas. Vamos buscar dinheiro no mundo inteiro”, afirmou.
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