A maior
parte das pessoas que pretendia comprar automóveis neste ano manteve o
plano de aquisição, apesar da pandemia de coronavírus. Segundo uma
pesquisa feita pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea) em parceria com a Webmotors, plataforma de
negociação de veículos, 89% dos consumidores que tinham a intenção de
comprar um veículo em 2020 não desistiu, mesmo com as dificuldades
trazidas pela crise.
O levantamento foi feito a partir dos que acessam a plataforma
Webmotors, que tem 12 milhões de usuários únicos por mês. A amostra é de
1,6 mil desses usuários, a maioria homens (92%), com maior
representação no Sudeste (65%), além de uma participação expressiva da
Região Sul (16%).
Incertezas
Entre os que não vão mais comprar veículos, a incerteza financeira
foi o principal fator que levou à decisão (57%). Também pesaram as
condições de pagamento, para 34%, e o fato de o possível comprador
conseguir vender o veículo que possui atualmente (18%).
Já entre os que ainda planejam comprar, 68% vão optar por um veículo
usado, 16% querem um novo e 16% estão em dúvida entre um novo e um
de segunda mão.
Evitar o transporte público
A proteção individual durante a pandemia aparece como um dos
possíveis fatores que podem impulsionar as vendas de carros. Entre os
entrevistados que pretendem comprar um carro, 66% disseram querer evitar
o transporte público depois do fim da quarentena. “Por um lado, é uma
oportunidade para o transporte individual, como está acontecendo na
China. Mas o Brasil tem alguns problemas”, enfatiza o presidente da
Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
“Nem todos, por uma questão econômica vão poder comprar um carro. E
mesmo que pudessem, o sistema viário não suportaria essa demanda”,
destaca.
Entre os que ainda pretendem comprar, 27% vão adiar a aquisição para
os próximos seis meses. No entanto, alguns benefícios poderiam, segundo o
estudo, fazer com que esses consumidores antecipassem o negócio. A
maior razão para essa postergação é também a incerteza em relação à
economia e ao emprego, mencionada por 45%. Pouco mais de um terço (37%)
disse que precisa ver o veículo antes da compra e 33% quer melhores
condições de pagamento.
Nesse grupo, 46% disse que seriam estimulados se o carro usado que
possuem fosse mais valorizado na próxima aquisição, 42% gostariam de uma
redução nos impostos e 39%, juros menores. “A pesquisa confirmou que as
pessoas estão preocupadas com o desemprego, com as condições. A gente
só conseguiria atrair essas pessoas se conseguisse ofertar algum
benefício para a população”, analisou Moraes.
Vendas em queda
Em junho, as vendas de veículos ficaram em cerca de metade da média
antes da pandemia, segundo o presidente da Anfavea. Em maio, as vendas
de veículos tinham registrado queda de 74,7% em relação ao mesmo mês de
2019, com a comercialização de 62,2 mil unidades.
Para este ano, a estimativa da Anfavea é de uma retração de
aproximadamente 40% no mercado. “É muito difícil falar quando vai voltar
ao patamar normal”, enfatizou Moraes.
Se a previsão da entidade se confirmar, devem ser vendidos em 2020,
1,67 milhão de unidades, contra 2,78 milhões vendidas ao longo do ano
passado. O número seria equivalente ao comercializado no ano de 2004.
Fonte: Agência Brasil
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