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Em vídeos que circularam nas redes sociais, algumas vítimas aparecem em uma espécie de "escudo humano" dos criminosos e sobre carros
A quadrilha que atacou bancos no início da madrugada desta segunda-feira (30), em Araçatuba (193 quilômetros de Bauru), deixou explosivos espalhados em 20 pontos da cidade e monitorou toda a ação com drones. O alvo eram as agências bancárias localizadas na região central da cidade, de quase 200 mil habitantes.
Com armas potentes e explosivos, os assaltantes cercaram toda a região central da cidade e explodiram caixas em ao menos duas agências bancárias. Três pessoas morreram, incluindo um criminoso, e há quatro feridos internados na Santa Casa local.
As bombas foram deixadas em pontos do centro de Araçatuba, incluindo um caminhão carregado que foi abandonado em frente a um dos bancos atacados, de acordo com a polícia.
"Solicitamos à população que evite passar pelo centro da cidade, pois ainda há muitos explosivos no local", diz trecho de comunicado da Polícia Militar aos moradores.
Toda a ação, de acordo com a Polícia Militar, foi monitorada por drones, desde a chegada ao perímetro urbano até a fuga pelo bairro rural Engenheiro Taveira.
Sabe-se, até agora, que os criminosos usaram metalons, a super dinamite caseira, acionados a distância por celulares.
O metalon é normalmente uma estrutura metálica oca (como um pé de mesa de cozinha ou de carteira escolar) preenchida com pólvora (preta ou branca) ou uma emulsão. As duas extremidades são fechadas e, em uma delas, é colocado um barbante detonador e uma espoleta. O tamanho varia de 20 cm a 50 cm de comprimento.
As bombas espalhadas na cidade fizeram com que equipes do Gate fossem a Araçatuba para recolher os explosivos.
Entre os feridos está um morador de rua que, segundo a PM, teve os pés e a mão decepados após a explosão de uma das bombas espalhadas na cidade.
Durante a fuga, os criminosos deixaram para trás munição e armas de grosso calibre, dentre elas fuzis calibre .50 e 7.62 mm, além de "miguelitos", que são artefatos de metal utilizados para furar pneus de veículos.
De acordo com a polícia, não se sabe até o momento o total de criminosos envolvidos na ação. Dois foram capturados.
CENAS DE TERROR
Os moradores de Araçatuba viveram momentos de terror na madrugada desta segunda-feira (30). Pedestres e motoristas foram abordados pela quadrilha e feitos reféns na hora da fuga. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram reféns sentados no meio da rua, andando a pé e amarrados em tetos de carros, como escudos humanos.
Segundo a Polícia Militar de Bauru, equipes do 13º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) estão nas imediações do local prestando apoio.
A exemplo do que aconteceu em outros ataques semelhantes, como em Bauru, em setembro de 2018, a quadrilha atirou para cima, usou explosivos e colocou fogo em veículos para dificultar o acesso dos policiais. Rodovias foram bloqueadas e motoristas tiveram dificuldade de acesso à cidade.
Além disso, o grupo utilizou um drone para monitorar a movimentação.
A quadrilha fugiu após a ação e não foi divulgado o valor roubado. Após a fuga, moradores fizeram imagens de explosivos abandonados pelas ruas da cidade.
Segundo a polícia, houve confronto com os criminosos e, até a manhã desta segunda-feira (30), três pessoas foram detidas.
Além dos explosivos, a quadrilha abandonou carros usados no roubo em rodovias da região. A polícia suspeita que os criminosos trocaram de veículos para escapar.
O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), pediu que a população fique em casa nas próximas horas para não correr riscos.
As aulas nas escolas municipais e estaduais foram suspensas nesta segunda. Linhas de ônibus foram deslocadas para não passarem pela região central e um posto de vacinação na localidade foi fechado.
Alexandrepfilho Via JCNET
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